MARÇO – O MÊS DO TAPA NA CARA DA SOCIEDADE!

Para quem é novo neste blog ou tem curiosidade em saber o motivo de se escrever semanalmente sobre temas tão diversos digo que a ideia maluca e inicial do blog é escrever o que der na telha.

Na primeira postagem (novembro de 2010) eu escrevi: “assuntos não-planejados que surgem a qualquer hora e o mais importante: que sejam postagens feitas a partir do CORAÇÃO”

Obviamente que sou “viciado” e acabo falando mais sobre a máquina cultural (literatura, teatro, música, entretenimento) e comportamental.

Neste mês das águas de março apresentarei “coisas” (textos, críticas, músicas, poesias, fotos e imagens) que dêem um “tapa na cara da sociedade”, portanto fiquem a vontade: as contribuições são sempre bem-vindas!

A postagem a seguir é uma fábula e mostra um pouco do lado nebuloso do ser humano.

Até a próxima postagem!

FÁBULA: O Sapo e o Caranguejo - Um tapa na cara da sociedade (PARTE I)

Em uma manhã nublada de outubro um Sapo e um caranguejo estavam à beira de uma lagoa olhando para um gramado verdinho esperando por eles lá do outro lado.

Eis que faceiro e encantador o caranguejo pede ao Sapo:

- Você me leva até o outro lado da lagoa nas suas costas, “seo” Sapo?

O Sapo conhecedor da fama do Caranguejo responde sem pestanejar:

- Não sei não e se você me machucar? Afinal já ouvi várias histórias entre sapos e caranguejos em que o final não é bom. Os caranguejos picam os sapos.

- Eu não sou esse tipo de caranguejo! Eu jamais faria isso com você!

-Você tem certeza? O Sapo sempre fora muito desconfiado mas ao mesmo tempo queria experimentar algo novo na sua vida.

- É claro que eu tenho certeza! Eu juro que jamais irei te machucar, aliás, eu sempre te achei um sapo muito bacana muito mais legal do que os outros que eu conheço por aí – disse o caranguejo feliz da vida.

- Ainda não sei não, acho que não é uma boa ideia. O Sapo estava curioso mas achava que havia alguma coisa “estranha” no pedido do caranguejo.

- Confie em mim! Eu prometo a você é só me levar do outro lado da lagoa que seremos muito felizes naquele gramado verdinho logo adiante.

O Sapo ainda desconfiado resolveu arriscar, afinal o caranguejo tinha dado a sua palavra, e se algo estranho acontecesse no meio do caminho ele poderia parar a travessia e voltar para a margem segura da lagoa.

O começo da travessia foi bem alegre. O Sapo e o caranguejo iam conversando alegremente sobre diversos assuntos e tudo ia conforme o planejado.

Mas lá pelo meio da lagoa na parte mais profunda e difícil da travessia o Sapo notou que o caranguejo estava estranho, muito calado, mas resolveu continuar porque afinal de contas não dá para ser feliz e falante o tempo todo.

Em um momento crucial na parte mais difícil o Sapo sentiu apenas uma arrepio (seria um mau presságio?) mas logo na seqüência o caranguejo deu-lhe uma bela picada nas costas.

O Sapo ficou desnorteado sem saber o que dizer em relação aquilo que tinha acontecido:

- Mas caranguejo você não havia me jurado que não iria me picar e que seríamos felizes no gramado verdinho?

O caranguejo sem saber muito bem o que responder diz:

- Não sei o que aconteceu. Eu jurei de fato que não iria te machucar mas foi mais forte do que mim, faz parte do meu instinto, da minha personalidade, da minha índole, apesar de eu também achar errado não consigo me controlar. Eu sinto muito....

O que devemos fazer com os caranguejos da vida? Puni-los? Perdoá-los? Seguir adiante como se nada tivesse acontecido?  Gritem, esperneiem, xinguem  (tudo isso no campo comentários)